Olá queridos amigos e irmãos,
A paz do Senhor!
Nós Saímos do Campo
Africano
Em um contexto com muitos povos, contrastes, desigualdades,
baixa autoestima, pré-conceitos e abusos de autoridade, nós honramos a vossa
sementeira, proclamando o evangelho e tratando a todos os burkinabes de igual
maneira, porque foi assim que Jesus fez não distinguindo cor, nomes, origens,
etnias, classes e condição financeira dos que lhe acompanhava; porque deve ser
assim que um servo de Deus precisa se comportar; e porque é assim que esperamos
ser conduzidos onde quer que estivermos. Exemplos do Cristo sendo justo, amigo,
acessível, solidário, compassivo e misericordioso não faltam para endossar este
fato. Na Bíblia, o Messias nunca privilegiou e nem fez acepção de pessoas.
Contudo, é verídico que ele deu maior atenção aos desfavorecidos e
injustiçados, por questões óbvias. E foi diante desta leitura e dos desafios da
conjuntura burkinabe, que tomamos o Verbo Vivo como parâmetro para se
concentrar em crianças e jovens, porque são elas quem mais padecem no continente
africano.
Assim como Jesus fez do barco o seu púlpito, nós
fizemos da nossa casa, das ruas, de um campo de futebol e de um pré-escolar na
igreja que implantamos, lugares para fazer conhecido o único que
verdadeiramente é integral no poder, no cuidado, na provisão, na atenção, no
trato e no amor, Jesus.
Feito esta introdução, comunicamos que temos saido do
“campo africano”, não porque não queremos estar nele; não porque pecamos nem
nos rebelamos; nem é porque estamos doentes ou feridos. Assim como, também não
é por causa de atentados, medo de malária ou das ameaças do terrorismo
(situações corriqueiras nestes últimos dias em Burkina); e muito menos é por
conta de conflitos interpessoais. Se o último ponto sublinhado fosse o motivo
de nossa decisão, já não estaríamos na África a bastante tempo. Aliás, se a
razão fosse buchichos, inquietudes e pelejas dentro do Corpo ou na dinâmica da
missão, nem para o primeiro contato transcultural teríamos saídos, que foi na Bolívia. Logo,
estamos deixando Burkina Faso, porque “QUEM” nos enviou para esta região, nos
tem dito que é momento de deixá-la.
Quem me conhece e acompanha um pouco a minha trajetória sabe
que várias vezes eu disse em alguns púlpitos, que ir ao
campo missionário, evangelizar fora do país, ministrar a palavra, escrever
livros ou mesmo ser um ministro do evangelho, nunca foram minhas aspirações
pessoais, porque eu vivia longe do redil e não conhecia a graça e amor do Pai.
Mas, depois que aceitei obedecer a vontade divina com senso de muita honra e
responsabilidade, eu descobri que Aquele que conhece o coração e a
pré-disposição do homem, têm dons, projetos e propósitos diferentes para os seus
filhos.
Antes de sermos comissionados para missões transculturais,
Deus nos deu várias revelações com relação ao nosso envolvimento com esta obra
e todas estas sinalizações se cumpriram. Já sonhei com o meu ex-pastor (in memoriam) me separando
para uma obra e assim aconteceu; Deus me mostrou o
ex-diretor da Secretária de Missões que fiz parte me enviando ao campo e assim se
confirmou; ainda em solo boliviano, eu me vi num vilarejo africano cantando uma
canção e ao mesmo tempo, eu avistava uma amiga missionária nesta aldeia e a
partir disso, concluí que seria enviado para África e assim se consumou.
Em dois mil e nove, antes de ficar estabelecido que atuaríamos em Burkina, eu vi em sonhos, meninos com bolas nas mãos me esperando num ambiente de casas inacabadas e na minha vivência com os garotos da "Escolinha de Futebol Meninos de Ouro", em frances Garçons d'Or, muitos gols de placa foram marcados como salvação e batismos nas águas para glória do Senhor.
Em dois mil e nove, antes de ficar estabelecido que atuaríamos em Burkina, eu vi em sonhos, meninos com bolas nas mãos me esperando num ambiente de casas inacabadas e na minha vivência com os garotos da "Escolinha de Futebol Meninos de Ouro", em frances Garçons d'Or, muitos gols de placa foram marcados como salvação e batismos nas águas para glória do Senhor.
Dentre tantos desvelamentos, uma irmã nos viu trabalhando num
terreno onde tinha apenas uma bica de água e três anos depois em Bobo
Dioulasso, nós fomos convidados a fazer de um ponto de pregação uma igreja, o
que prontamente aceitamos e o aspecto do recinto era como nos foi revelado.
Então, no dia 10 de fevereiro de 2013, nós
assumimos esta frente e apesar de tantas resistências e pouquissíma ajuda financeira, nós batizamos algumas
almas, abrimos um pré-escolar, ofereceremos curso de
alfabetização para adultos, financiamos aulas de instrumentos musicais para
jovens e investimos com o nosso dizimo em dois casais com preparo teológico.
Hoje, para a nossa satisfação e louvor a Deus, uma destas sementes, mesmo sem
parcerias vinda do exterior brotou, abriu uma igreja e já conta com vários membros com dois anos de proclamação.
Como apoio e suporte nunca faltaram de nossa parte, paro por aqui o nosso relato, certo de que os céus, os anjos e a eternidade falarão do nosso zelo, fidelidade e comprometimento naquele grande dia. Como voltamos ao Brasil em obediência ao Senhor, não pertecemos mais a Secretária de Missões da nossa Igreja. Contudo, agora de licença continuamos ligados a nossa Agência missionária de São Paulo. Para alguns a nossa chamada transcultural findou. Mas, não é isto que o Dono da Seara nos tem falado. Peço que orem por nós, pois queremos ouvir, obedecer e ser conduzido pelo Bom Pastor e que nos ama incondicionalmente.
Obrigado a todos que nos apoiaram durante os anos vivido em Burkia Faso.
Que Deus os abençoe.
Em Cristo e a disposição para ir nas igrejas,
Claudemir e Etelvina
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